Desabafos de tristeza

A apresentação prometia algo fabuloso: "I promise that Porto will play in an atractive attacking football style".

Pois , mas afinal mentiroso sou eu e não minto tanto.

Em conversas de amigos em início de época disse:" É estranho um tipo que treina há 30 anos só agora sair para o estrangeiro. Não deve ser assim tão bom". Diziam-me que o futebol do AzAlkmaar era bonito e eficaz. Aguardei para ver. E de início engoli as palavras e andei contente. Aceitei mesmo a derrota em Glasgow como uma conjugação de infelicidades que certamente não se iriam repetir. Depois apareceu o Artmedia e o céu desabou. Mas infelizmente desabou para o treinador. Parece-me que o homem alucinou e pôs em causa todo o trabalho que tinha feito até aí. Até hoje continua mergulhado em equívocos de onde parece não ter capacidade para sair.

Aponto alguns erros (haverá outros, eventualmente):

- Jorge Costa» penso que um bom gestor de grupos não deve nunca dizer a ninguém que é a ultima opção para o que quer que seja. Qual é a motivação para esse jogador ir treinar? Ainda por cima com a história que o JC tinha no Porto. É evidente que ele já não tinha lugar na equipa (já o passado era notório), mas o Paulinho Santos e o Secretário também não tinham e o Mourinho nunca os dispensou. A presença deles nos estágios, nos hotéis era importante. Penso que o JC teria aí, ainda hoje, um papel importante a desempenhar.

- Ausência de nº 10» afinal para que foram os ensaios com o Postiga no início de época? Fogo de vista? Delírios? Os 10´s que temos também estão votados ao ostracismo: Diego, o mais novo proscrito, e Jorginho, que andou a jogar fora da sua posição muito tempo e ainda assim fez várias assistências, até cair em desgraça junto do publico.

- Bolas paradas» há trabalho específico nesta vertente?

- Incongruências várias: na véspera do jogo em Glasgow "O Jogo" fazia uma 1ª página com uma frase do treinador que, salvo erro, dizia: "Acredito na final". Depois antes do jogo com o Artmedia disse que não era nada de decisivo. Após o jogo confessou-se envergonhado com o resultado e a exibição

- Mudanças tácticas/ jogadores: após cada resultado menos bom houve mudanças enormes (vide derrota no Dragão à 7ª jornada, derrota na Amadora,...). Há jogadores que entram e saem sem haver uma razão lógica visível. O Ibson foi de repente titular em Barcelos, contra o Gil Vicente, foi o melhor em campo e nunca mais se viu. Pergunto: com tanta instabilidade como é que pode haver tranquilidade para evoluir?.... e sobre isto já nem falo do Baía e da forma como foi sacado da equipa.

- Incapacidade em perceber os jogadores que tem» "A diferença entre o génio e a estupidez é que esta não tem limites!"

No meio disto tudo julgo que tem havido uma grande dignidade da parte dos jogadores, que correm, lutam e esforçam-se. O problema é que quando o comandante dá ordens esquisitas, os soldados têm problemas...

Com isto será de substituir o treinador rapidamente?

Por mim não.

Explico porquê:

1- com a personalidade (deixa-me chamar-lhe assim) que este senhor tem a indemnização deve ser jeitosa. Para mais com a prorrogação do contrato que lhe foi feita....

2- apesar de tudo vamos em primeiro e espero honestamente que assim nos mantenhamos até final do campeonato.

Também não será substituido porque Pinto da Costa não pode dar outra vez o braço a torcer. É que nos últimos anos só acertou no Mourinho e de alguma forma com o Couceiro. De resto Octávio, Del Neri, Fernandez, Adrianse. É muito erro!

Problema de fundo é que se a coisa corre mal e o treinador se mantém, vai-se protelar uma situação que muito dificilmente fugirá à vivida pelo Sporting com o Peseiro.....

E se ele se mantém vamos mais uma vez ( a enésima) reconstruir a equipa: Diego out, Ibson out, Baía out, Lucho deve sair após o Mundial. Anderson entrará onde? Os que ficarem, ficam com que expectativas? As de serem sacados ao mínimo erro?